sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Sobre gritos e pulsos

Tudo começou quando fui com uma amiga a um show e durante a apresentação das moças que cantavam e tocavam, reparei em um pedaço de uma das músicas, o pedaço era esse: “quando você não está eu vou tocar tambor, extraviar no pulso toda a minha dor”. Fui do teatro até o estacionamento cantarolando essa música, quando cheguei no carro coloquei o cd e comecei a escutar a tal da música no “repeat” até chegar ao meu destino seguinte.
Dois dias depois eu ainda estava ouvindo a mesma música, foi quando comecei a achar que talvez eu não estivesse percebendo o que aquela frase queria me dizer, eu não entendia a razão daquela repetição constante na minha cabeça. Passei, então, a encarar como uma questão de honra conseguir alcançar a importância daquele trechinho de música para mim.
Alguns dias mais tarde, e a frase ainda se repetindo... foi quando veio o primeiro sinal de luz nos meus pensamentos: “tem alguma coisa com extraviar a dor no pulso” mas essa pista ainda foi insuficiente, afinal de contas eu não estava sentindo dor alguma (muito menos as de origem romântica) e não sabia nem sei fingir que toco tambor.
Uma semana depois e estou eu presa em um dos quatro engarrafamentos espalhados na cidade por causa de manifestações do MST (é bom lembrar que dos quatro eu consegui a proeza de ficar presa em três), como de costume escutando a tal da música e eis que finalmente veio a resposta: é o Confraria!!!!!! Claro que só poderia ser alguma coisa a ver com o Confraria!!!!! Sim meus amigos, Confraria do Grito!!! Esse blog que nos une...
Será que deu pra entender minha epifania? Acho que não, deixa eu tentar explicar um pouco melhor: extraviar no pulso é o que a gente quer fazer aqui! Mas aí você pode me pergunta, “ora, o confraria não tem por objetivo maior promover gritos?” Mas sim meus amigos, gritar no nosso caso tem tudo a ver com pulsos. É que as pessoas estão acostumadas a gritar usando os pulmões, o diafragma, a traquéia e a boca, nós não. Aqui no Confraria gritaremos com os nossos pulsos!
Claro que não gritaremos sempre por causa de alguma dor, tanto que o post inalgural foi um grito de agradecimento e carinho, mas foi gritado com o pulso, e não com os pulmões, do nosso amigo Audrofonso Araújo. Bem acho que era só isso, eu já não escuto mais a música no repeat e vocês sabem que usaremos nossos pulsos até faltar o ar de nossos pulmões! Em tempo, a música citada chama-se “O que eu também não sou” da banda Chicas.
Dédala Zen





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