quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Vivo sim!

Eu vivo
vivo bem!
Carmelita Oliveira

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Amigo, logo chegará o dia em que te arrependerás dos teus feitos.
Um dia irás pegar pelos teus medos, teus anseios, tuas dores profundas.
Um dia irás pagar pelas mentiras, pelos jogos, pelas dissimulações.
Um dia irás pagar pelo silêncio, pela paciência, pela tua infinita reclusão.
Um dia irás pagar pelos sorrisos, pelos abraços, pela partida.

Quem liga, se querias provar ao mundo que existia?
Quem liga se não nasceste corajoso, forte e resistente?
Quem liga se não tivesses outros meios, outros jeitos, outras saídas?
Quem liga se não suportas machucar, magoar ou vê-la chorar?
Quem liga se eras feliz, se sentias saudade ou se brincavas de amar?

Por que ela achou que era brincadeira o meu pedido, o meu sorriso e os meus versos.
Audrofonso Araújo III

Viva as diferenças

Meu grito vai para os que teimam em sacanear as diferenças pintos e xanas do nosso Brasil. Quero dizer que homem alto, mulher pequena, homem pequeno, pinto pequeno, é coisa da cabeça de vocês. Não que o que importe unicamente seja o amor. O que importa é que seja bom para você. Cada um que encontre seu número de sapato, não é mesmo? Meu pé, por exemplo, é uma frescura só. Mas o que você tem a ver com isso? Durma com alguém, dê, doe-se, acorde bem, fume um cigarro, vire de lado e seja feliz. [a salvação do mundo será quando tio D fizer ouvidos que fechem como os olhos. Já pensou na gente piscando os ouvidos?]
Perfídia [num dia atípico de bom comportamente moral]

sábado, 24 de novembro de 2007

Estupidez

Eu simplesmente não sei o que fazer com pessoas que choram (literalmente ou não) por causa de atos estúpidos de minha parte. Sim, porque eu sou bastante estúpida vez ou outra. Não estúpida (apenas) no sentido de não utilizar minha inteligência, mas estúpida (principalmente) por não usar a minha sensibilidade. E existem noites onde a estupidez reina absoluta em mim.
Ser estúpida é fácil, as vezes é até automático. Tentar reparar depois eu não sei nem se tem como. "Me desculpa", "eu sinto muito" e suas variações não representam nada. Corretivo não corrige palavra dita. Botão de "delete" não funciona, nem "insert" pra gente se 'desdizer' por cima do que já disse. Esse filme não rebobina. Máquina do tempo é só quimera. O que fazer?
Só resta baixar a cabeça e continuar repetindo o "me desculpa" da forma mais verdadeira possível e torcer muito para que a outra pessoa possa alcançar que você realmente sente muito. E eu sinto.
Dédala Zen

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Um cadarço desamarrado no ônibus

Acho que estou ficando velho. Não sei porque, mas às vezes, não consigo mais ver conserto para esse mundo. De vez em quando, sou tomado por uma tristeza quase surreal, um misto de desesperança e dor. Acho que o medo está tomando conta das pessoas, paralisando seus movimentos, manipulando seus atos.

Na semana passada estava dentro do velho Rio Doce/ CDU, sentada na cadeira única, que fica ao lado da porta de saída, quando alguns garotos entraram no ônibus pela porta de trás. Eles entraram agachados, quase se arrastando pelo chão, tentando escapar dos olhos despreocupados do motorista e do cobrador.

Eram cinco garotos, todos vestindo bermudas e camisas regatas. Todos estavam descalços e carregavam consigo aqueles três bastões de madeiras e borracha que eles usam para fazer malabarismo nos sinais. Os garotos permaneceram umas cinco paradas no ônibus, sempre agachados atrás dos bancos para não serem vistos.

Umas duas paradas depois que eles entraram, quatro pessoas se levantaram para descer. Um senhor de uns 50 anos, um cara beirando uns 25, uma mulher com quase a mesma idade e o filho dela, que devia ter uns quatro anos. A criança e a mãe ficaram bem perto dos garotos que estavam abaixados. A mãe parecia evitar olhar para os meninos, o filho nem parecia notar as outras pessoas. Estava abismado com o veículo em que andava.

Foi quando um dos meninos agachados notou que o cadarço da criança estava desamarrado. Sem titubear, ele tocou na mão do guri. Ela demorou um pouco pra olhar, e quando olhou, três dos meninos já haviam notado o cadarço. Ela olhou para os meninos com uma cara de nojo, e nem sequer fez sinal de entender quando eles apontaram para o tênis do garoto e contaram o problema. Na mesma hora ela voltou a olhar para cima. Os meninos ficaram preocupados. Como uma criança de três anos vai descer os três lances de escada do ônibus com o cadarço desamarrado? Sem falar no ajuntamento de pessoas que vai estar na calçada quando eles descerem.

Depois de uma rápida conferência, eles decidiram que iam amarrar o cadarço. Um dos meninos, o ùnico que parecia saber amarrar sapatos, engatinhou de joelhos até a criança e com uma habilidade sem igual, deu um laço perfeito no cadarço. Assim que acabou, ele levantou a cabeça sorrindo para olhar para a mulher. A mulher nem olhou pra cara dele. Assim que o ônibus parou, ela colocou o filho para andar e desceu. Do jeito que estava, os garotos ficaram, estavam entre se ofender e não ligar. Dez segundos depois mudaram de assunto. Acho que já estavam acostumados com aquele tipo de coisa.

Não sei o que levou aquela mulher à não agradecer, mas acho que isso é uma mostra de onde iremos chegar. Será que o medo nos deixou tão paralisados a ponto de não agradecer a um garoto que se arrastou no chão de um ônibus para amarrar o cadarço do nosso filho? Se tivermos chegado a esse ponto, acredito que não temos mais volta, seja lá pra onde estivermos indo...


Audrofonso Araújo III

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Adventos

Hoje eu quero dar um grito diferente do meu jeito de sempre gritar: meu grito vai ser curto e breve.

Eu quero gritar um viva às possibilidades. Aquelas janelinhas que nos abrem um mundo cheio de coisas por vir! Ah, e como é bom brincar de advinhar as coisas boas que estão por vir!!!!

E melhor ainda é saber que elas virão!!!


Dédala Zen
Gritar para expurgar a dor ou para exaltar a felicidade. Gritar para libertar a indignação. Gritar o terror.
Quantos desses gritos vão ser ouvidos? Quantos desses gritos vão ser gritados? E quantos vão ser calados? Pelo tempo, pela distância, pela indiferença ou pela censura.
Quantas declarações de amor eterno gritadas em janelas em no meio da rua vão ser substituídas por sussurros velados em noites de chuva?
Maviosa Grulha