quinta-feira, 27 de março de 2008

Foda-se o mundo

Este mundo está perdido! Chego a essa conclusão depois de presenciar uma cena, que já se tornou comum para a maioria dos brasileiros. Depois de entrar num ônibus, consigo um lugar para mim, diante de uma cadeira, onde estão sentados um pai, beirando uns 30 anos, e um filho, na casa dos cinco anos.

Enquanto o menino estava sentado, quietinho, olhando pela janela, seu pai estava com uma lata de cerveja na mão, falando alto e sacudindo a latinha de um lado pro outro.

Sem mais nem menos, o cidadão dá um tapa na cabeça do menino, manda ele ficar ligado, olhando para fora, enquanto ele pega a lata, faz pontaria e atira a mesma em outro ônibus, que estava estacionado ao lado do nosso.

Quando ele viu que acertou o seu alvo, deu um viva bem alto e disse: "Tá vendo me filho, é assim que se faz", todo sorridente.

É por conta de um filho da puta desse, que o mundo está do jeito que está.

É por causa de um escroto desse, que andam matando gente por conta de dívidas de dois reais.

É por conta de uma atitude assim, que daqui há dez anos, vão encontrar o corpo do filho dele jogado numa vala qualquer, com a boca cheia de terra.


Audrofonso Araújo III

Gritinho

Mulheres são de Marte? Não sei. Hoje eu chorei compulsivamente o dia inteiro. Comercial de margarina, ovós de Páscoa na televisão, gente sendo presa na TV, gente fazendo o bem na TV. Tudo vai elevado ao cubo. Eu também. Só queria um colo que não tinha, um ouvido por perto. Quem sabe uma mãe, ou um namorado. Tem dias que a gente não quer saber de sexologia.E até o nome a gente esquece.Hoje não quero Perfídia.Maria, e só.

Perfídia

segunda-feira, 24 de março de 2008

Enquete no ar

Dando continuidade ao movimento criado pela Maviosa, pergunto aos nosso leitores (caso tenha sobrado algum, depois de dois meses sem nada para escrever), Por que você grita?

Quais os motivos que levam você a endoidar o cabeção, perder as estribeiras e mandar o mundo à merda?

Aceitamos quantas respostas vocês quiserem gritar.

As melhores respostas ganharão um brinde surpresa (que até agora não sei qual é, já que estamos mais lisos do que bunda de neném ensaboado).

Só pra constar. Eu grito pela putaria que este mundo se tornou. Não tenho idéia de onde vamos parar.


Audrofonso Araújo III

segunda-feira, 17 de março de 2008

Educação lá na China

Estava eu, muito linda, pegando ônibus às nove horas da noite num sábado, carregando um bolo pesado que só. Pra variar um pouco, o ônibus veio lotado desde o terminal (festas na cidade), então não tive dúvidas, sentei na frente. É, eu sento na frente, nos assentos reservados para velhinhos, grávidas e deficientes. Mas só quando eles não estão, é claro.
A não ser por esse magnífico dia em que eu estava carregando o bolo e um senhor chegou depois. A menina que estava do meu lado cedeu o lugar para ele, que não satisfeito, ficou o tempo todo falando que aquele lugar era só pra quem tinha a bendita da carteira especial. Isso eu já tava estressada que tinha ficado em pé o dia todo, e trabalhado a semana inteira. E o velho falando.
Já perto de onde quase todos os passageiros do ônibus íam descer (a festa), o trânsito estava engarrafado e subiram alguns velhinhos. Num é que o velho começou a soltar umas indiretas pra mim, pior com bafo de cachaça e me olhando feio. Eu, que já não tenho papas na língua e estava mais que estressada, olhei pra ele e soltei o verbo:
- Caso o senhor não tenha percebido, eu estou carregando peso, e o ônibus está lotado. Esse povo todo vai descer na próxima parada, aí eu levanto e passo. (com a minha cara mais feia e cínica, vale salientar).
Num é que o velho teimou de me responder.
- É, mas o ônibus num veio lotado o tempo todo. (bem irônico)
He he... Tem gente que num sabe onde põe a mão, acaba sendo picado.
- Ao contrário do senhor, eu peguei o ônibus bem próximo do terminal e ele já veio lotado. o senhor quer saber mais alguma coisa?
Ficou resmungando e eu fingindo que num tava escutando. Passou a parada. As pessoas desceram e eu passei a catraca. Simples assim.
Maviosa Grulha

quinta-feira, 13 de março de 2008

ABANDONO

Caros leitores que nem devem ler mais esse blog. Eu pelo menos só passo por aqui porque sou uma das autoras, e mesmo assim só pra ver se alguém postou alguma coisa. Enfim... Voltando. Caros leitores que nem devem mais ler esse blog,
sinto muito por ter feito vocês ficarem instigados com uma possibilidade de ouvir gritos por aí e depois de um período curtíssimo, só ouvirem ecos, ou nem isso. É que muitas vezes também nós, autores, nos desestimulamos e perdemos a instigação inicial. E isso pode acontecer por vários motivos: brigas pessoais, profissionais, ataques de histeria, muito trabalho, falta de criatividade, preguiça... São tantas coisas que nem vale a pena ficar aqui falando delas. O que importa dizer é que sabemos como vocês se sentem, porque nós também nos sentimos assim. Fomos abandonados por nós mesmos. Entregues às baratas (ECA!!!!).
Estou oficialmente lançando a campanha "Não deixe o seu grito morrer". Por favor, caros confrades do grito, postem suas indignações. Critiquem os professores, os trombadinhas, os políticos, a universidade, amonografia, Deus, o sol, o calor, a chuva. Ou berrem de felicidade, seja porque estam namorando, porque tomaram sorvete, porque as coisas estão dando certo ou porque a Páscoa está chegando e vocês vão comer chocolate.
Atenciosamente,

Maviosa Grulha