quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Amigos

Que me perdoem as namoradas, mas os amigos são fundamentais. Não! Isso não é um texto homossexual dando desculpas para se ter uma figura do mesmo sexo sempre presente, afinal de contas, amigos não são, obrigatoriamente, do mesmo sexo. Não! Esse texto é uma forma de homenagear grandes figuras humanas que fizeram, e ainda fazem, parte da nossa história. Os amigos.

Para um homem (acredito que isso também sirva para as mulheres) é impossível, diria que metafisicamente impossível, viver só de namorada. É como pedir para um indivíduo viver sem glicose, quando ela é um combustível fundamental para o organismo (queria fazer essa analogia com cerveja, como diversos cronistas contemporâneos, mas como não bebo isso seria golpe baixo). Só sentimos a verdadeira importância dos amigos quando não temos, ou estamos brigados com nossas namoradas.

São com nossos amigos que passamos boa parte do nosso tempo. Geralmente, eles não ligam se o relógio está marcando horas, minutos ou segundos desde que nos sentamos à mesa. Eles nem ligam (muito) se a garota é a mesma da semana passada ou do ano passado. Só os amigos entendem a santidade de uma paixão não consumada. O máximo que eles podem dizer é: "uxe! Ainda tás nessá é?". Mas ainda assim, eles nos escutam pacientemente.

Só grande amigos são capazes de, junto com você, passar horas observando as pernas de louça das moças que teimam em passar. Esse é um rito sagrado que só pode acontecer entre grandes amigos, pois com conhecidos, isso deixa uma sensação de assistir filme de putaria em cinema pornô (não que eu já tenha entrado em um, mas deve ser constrangedor).

Com os amigos somos nós mesmos, coisa quase impossível de ser com uma namorada. Afinal, o homem é um grande tabacudo e as mulheres (algumas) não gostam de um tabacudo em tempo integral. Às vezes, elas precisam de um homem sério. E ser sério cansa pra burro. Mas a maior qualidade dos amigos, é que todos eles são PHD em inutilidades. Quando três grandes amigos se juntam para conversar, é o maior festival de inutilidades que eu já tive o prazer de observar.

O mais importante de tudo. Os nossos amigos são os maiores responsáveis por nosso vasto vocabulário. Afinal, são com eles que trocamos ofensas desnecessários pelo simples prazer de falar palavrão. Geralmente uma conversa entre dois amigos começa assim: Amigo 1 - "E aí minha bicha!"; Amigo 2 - "Fala Fresco". Mas nada é mais tocante que uma despedida entre amigos: A1 - "Aê seu puto"; A2 - "Aê um caralho, aê dentro"; A1 - "Aê uma porra. Aê dentro até o talo".

Só pra finalizar, que esse texto já está ficando grande demais. Amigos são os caras que vão nos tirar da fossa quando tudo estiver desmoronando, isso, é claro, se eles não se jogarem nela conosco, só pra termos alguém com quem conversar inutilidades enquanto estamos por lá. Por isso, parafraseando o poeta, eu grito: "Que me perdoem as namoradas, mas os amigos são fundamentais".
Audrofonso Araújo III

2 comentários:

Anônimo disse...

A verdade é que amigos e namorado (a) são fundamentais.

Esse texto é a cara de Adroufonso.
e por isso que eu adoro!
:)

Carmelita.

Anônimo disse...

E aê bicha!
euheueheue

isso é verdade, ser nós mesmos (no extremo da tabacudisse e inutilidades) só com os amigos mesmo!