terça-feira, 19 de agosto de 2008

Homenzinho

O nome dele era Lúcio e tinha apenas 23 anos de infantilidade. Era um desses caras que me procuravam porque sabia da minha tolerância à frescura. Tínhamos conversado pouco, e por seu tipinho, deveria saber que não era um doce de pessoa. Saímos duas ou três vezes, encontros por acaso...
Da última vez, me senti um pouco mal. Acho que era meu instinto dizendo - esse cara, não, Perfídia. Mas não agüentei, tentei. Forçou a barra, tive que me sair. Da maneira que pude, liguei o botão de emergência e me enfiei no banheiro secreto do armário antigo. Ele gritava comigo, descia as escadas me chamando de santa, e saia pela rua cantando pneu. Digno de um macho enfurecido. Ora, eu não estava com vontade...
E sendo menino, não agüentou morrer sozinho. Um homem indigno desse nome. Homem para ser bom mesmo tem que me dar tesão de várias maneiras, incluindo aí a intelectualidade e a hombridade. Ser homem, se ainda há dúvidas, não tem nada a ver com a idade. Você pode até me achar vagabunda, mas tem que ter um bom vocabulário pra subir no meu conceito.

2 comentários:

Mariana disse...

Acho que intelectualidade e hombridade mexem mais comigo do que um rostinho bonito....


beijos

Camilla Tebet disse...

Barra forçada não dá certo, dá? E vocabulário é tudo.. eu concordo. aliás eu grito: VOCABULÁRIO É TUDO! o resto ....