quinta-feira, 3 de julho de 2008

A história da minha vida e da vida dos outros que eu contei

por Carmelita Oliveira

Ia pedir pra não trabalhar neste dia, mas percebi que precisavam de mim. Então, a manhã foi como tinha de ser, meio angustiante. Não conseguia me concentrar no que tinha pra fazer.

A tarde, encontro com as outras duas integrantes desta grande empreitada. E cada vez que a hora do relógio se aproximava das 18h o frio na barriga ia aumentando. Que angústia, que coisa estranha. O que eu vou falar? O que eu vou dizer? Foram mais de dois anos pensando nesse projeto. Foram uns seis meses trabalhando nele. Foi uma vida de 21 anos vivendo essa história de perto. Vivendo, simplesmente vivendo. E aquele era o dia em que eu teria a oportunidade de dizer tudo o que tinha pra dizer, de colocar pra fora tudo que foi acumulado nessa longa caminhada de conhecimento sobre o assunto. E sinceramente não sabia o que dizer.

Eu, pessoa pequena, pessoa escondida, pessoa? É, pessoa. Que esquisito né? Eu desse tamanho sou uma pessoa e importante naquele momento, importante pra aquelas pessoas que ali assistiram, importante pra aquelas pessoas que nos julgaram, importante pra aquela história que inventamos de contar, importante pra mim, pra minha vida. Pra minha história.

Eu e mais duas companheiras inventamos de contar uma história, que também é minha, que também é a minha vida.

E sabia que ficou bom? Sabia?

Ficou, mas sabe por quê?

Porque era uma bela história.

2 comentários:

Felipe Ferraz disse...

Cata,
Tenho certeza que foi uma bela história e mais ainda, uma bela forma de contar essa história.

Pena que não vi na sessão principal, mas sei que vou ver na sessão mais importante, àquela em que os personagens estarão diante da tela.

Felipe Ferraz

disse...

As histórias de nossas vidas são sempre significativas, ainda mais quando envolvem luta, amor e direitos tão básicos como o da moradia.

O vídeo ficou lindo e a ansiedade é natural, pois querendo ou não, a apresentação de um projeto é o fim de um ciclo.

Bjo