segunda-feira, 17 de março de 2008

Educação lá na China

Estava eu, muito linda, pegando ônibus às nove horas da noite num sábado, carregando um bolo pesado que só. Pra variar um pouco, o ônibus veio lotado desde o terminal (festas na cidade), então não tive dúvidas, sentei na frente. É, eu sento na frente, nos assentos reservados para velhinhos, grávidas e deficientes. Mas só quando eles não estão, é claro.
A não ser por esse magnífico dia em que eu estava carregando o bolo e um senhor chegou depois. A menina que estava do meu lado cedeu o lugar para ele, que não satisfeito, ficou o tempo todo falando que aquele lugar era só pra quem tinha a bendita da carteira especial. Isso eu já tava estressada que tinha ficado em pé o dia todo, e trabalhado a semana inteira. E o velho falando.
Já perto de onde quase todos os passageiros do ônibus íam descer (a festa), o trânsito estava engarrafado e subiram alguns velhinhos. Num é que o velho começou a soltar umas indiretas pra mim, pior com bafo de cachaça e me olhando feio. Eu, que já não tenho papas na língua e estava mais que estressada, olhei pra ele e soltei o verbo:
- Caso o senhor não tenha percebido, eu estou carregando peso, e o ônibus está lotado. Esse povo todo vai descer na próxima parada, aí eu levanto e passo. (com a minha cara mais feia e cínica, vale salientar).
Num é que o velho teimou de me responder.
- É, mas o ônibus num veio lotado o tempo todo. (bem irônico)
He he... Tem gente que num sabe onde põe a mão, acaba sendo picado.
- Ao contrário do senhor, eu peguei o ônibus bem próximo do terminal e ele já veio lotado. o senhor quer saber mais alguma coisa?
Ficou resmungando e eu fingindo que num tava escutando. Passou a parada. As pessoas desceram e eu passei a catraca. Simples assim.
Maviosa Grulha

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